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Fatehpur Sikri


Após a primeira semana em Jaipur, fiz de carro Fatehpur Sikri e Agra.

Fatehpur Sikri - a cidade fantasma. Para mim. Mas uma bela cidade fantasma.

Já comentei que a arquitectura na Índia é maravilhosa, sem qualquer dúvida. Contudo dei por mim a pensar na grandiosidade daquela cidade e nos que a ergueram. Na quantidade de almas que ali perduram. Foi construída há cerca de 500 anos e abandonada ao fim de 15 por falta de água.

Esta cidade inclui palácios, jardins, pátios, um harém, fontes, mesquita, templos... mas acabou por decair devido à ineficácia no planeamento de obtenção de água.

Reza a história que em 1568, o Imperador Akbar construiu aquela cidade em honra de um profeta que morava na aldeia de Sikri, e esta serviria de apoio a Agra. Toda a cidade foi matematicamente construída em arenito vermelho. E é absurdamente grande e linda de morrer pelos contrastes das suas construções, pela mistura do estilo indiano e muçulmano tornando-a num local sobejamente calmo e silencioso.

Uma curiosidade, este Imperador é filho do Imperador Humayun, cujo túmulo também é uma afronta à nossa imaginação.

Irei falar dele na publicação de Déli.

A realidade é que é impressionante a grandiosidade das construções na Índia e o quanto devastaram populações.

Dominaram a arte de construir. Os pormenores conseguidos unicamente através da arte de esculpir pedra são irreais. Por vezes temos que tocar para ter a certeza que é mesmo pedra, de tão minuciosos que são.

Recordo-me de parar no meio a olhar, incrédula. Incrédula com o que via. Com o espaço e com o tão pouco que conseguia alcansar.

A entrada pelo Buland Gate dá para um pátio amplo onde se tem o primeiro choque da cidade. Toda a cor vermelha do arenito é estranha para portugueses que estejam habituados a ver cidades coloridas como Lisboa. Depois começo a notar os pormenores. As árvores verdes, colocadas junto ao Jama Mosque. O túmulo branco em mármore no meio - O túmulo de Salim Chishti.

Por toda a área da mesquita e do túmulo estamos descalços e de cabelo tapado (como é habitual), mas toda a grandeza do local nos remete para outra realidade. Acho que foi dos poucos momentos em que consegui sentir e compreender a finalidade de pisar aquele chão e de o respeitar.

Todo o espaço é uma forma de fugir da correria das cidades indianas. Ao entrar tudo se esvanece.

Não há mais vendedores a tentar impingir-te produtos a toda a hora e em que te sentes mal por não aceitar.

Não há pessoas a estender-te a mão a pedir ajuda.

Não há ninguém a tentar ganhar dinheiro contigo.

Naquele momento ali dentro, no meio daquela cidade fantasma consegues estar só contigo. A pensar, a apreciar, a sentir. Acho que foi o primeiro momento em que me senti em paz na Índia. Naquela linda cidade fantasma.

(Algo importante a reter, fui na época das moções e neste dia esteve a chover, ou seja, não havia muita gente no espaço, o que já percebi por outros visitantes que não é algo comum para o sítio que é).

Conselhos:

Ocidentais na Índia, mulheres, são um achado para os indianos. Fui numa época baixa em relação à presença de turistas, o interesse aumenta. Não há como não ficar com o ego em alta com a quantidade de fotos que vos pedem para tirar. O meu conselho, não digam que não. Toda a gente fica contente.

Na descida de volta ao carro, o número de vendedores ambulantes aumenta, os enganos aumentam.

Recomendo que tenham paciência e que se protejam antes.

Não aceitem que vos vendam bilhetes sem ser na bilheteira. Há todo um negócio montado em que as crianças são usadas para sacar dinheiro. Tentem não alimentar isso. Por mais pena que vos dê. Quanto mais o negócio for rentável, mais crianças usam. Tentarão também impingir-vos guias. Se quiserem aprender mais sobre cada canto da cidade, sim. Mas mais uma vez, o governo tem os seus guias junto às bilheteiras.

Não usem as crianças. Nem os intermediários. Além de vos tentarem tirar demasiado dinheiro, estarão a alimentar um negócio paralelo que não tem regras.

Fatehpur Sikri foi um dos sítios que mais me surpreendeu e está no meu top 5 de must see na Índia.

Aqui ficam algumas fotos deste "monumento":

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