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Praxe

  • Writer: Glória Martins
    Glória Martins
  • Sep 15, 2015
  • 2 min read

Sei que é um tema suspeito para uma antropóloga. Mas ao contrário do expectável, só tenho coisas boas a dizer da praxe que conheço.

Foi durante a praxe que criei alguns dos laços mais importantes que fiz nos últimos anos.

A praxe que me foi dada a conhecer no meu curso e na minha faculdade não foi de forma alguma um processo intimidador. Pelo contrário.

Enchi o coração de amor por aqueles que me foram praxando e pelos meus colegas. Alguns continuam a acompanhar-me lado a lado, outros vão-me guiando nas estrelas.

Consegui fazer amizades apoiadas em princípios de solidariedade e carinho, não por dependência.

E embora nem todos tenham participado no processo nesse ano, não me recordo que tenha havido qualquer tipo de sensação discriminatória por parte dos que participaram.

O ISCTE tem essa beleza: Reune pessoas diferentes, com uma grande variedade de cursos, com ideologias e perpectivas de vida completamente diversificadas, conseguindo manter uma união que lhe é característica.

Pessoas com referências e bases estruturais opostas, conseguem interagir e debater ideias.

O ISCTE tem uma certa aura, uma certa magia. É um espaço feliz. E talvez por isso, até um processo que normalmente não é bem visto nem bem praticado, consegue deixar as pessoas felizes, as que participam nele. Os que trabalham antes do processo para que tudo esteja pronto e assim receber bem os "caloiros" que entram, assim como os "caloiros" que acabam por ter uma experiência (digo eu), bastante agradável.

Considero o processo de praxe uma boa forma de integração, de união e facilita o processo sócio-relacional.

Porque as pessoas se divertem realmente, vejo sorrisos no rosto. Vejo abraços e lágrimas nos olhos no dia da despedida. E o tempo todo dispendido só por amor à camisola de bem receber, tal como é característico do ISCTE.

Criei uma família no meu processo de praxe. Uma família com quem cresci, por quem chorei e com quem me ri muito. Mas acima de tudo, aprendi o valor de dar sem esperar receber em troca, porque é isso que acontece. Pode ter sido pura sorte: o ano em que entrei, as pessoas que apanhei, o curso que tirei, mas criei realmente um laço tão forte com as pessoas que conheci que fiquei convicta que são mais os pontos positivos de todo o processo, do que os negativos.

Sou a favor da boa praxe, da que ensina valores e companheirismo. A que se baseia em carinho. Porque foi isso que tive.

É isso que tenho visto a manter-se, ano após ano. Quando as recordações são boas, não há grande mal que se possa dizer. Para os que têm ou que vêem más experiências no processo, o conselho que deixo é: Aprender a dizer não também é uma forma de crescimento.

E não poderia não homenagear quem tanto me deu para lembrar. Quem tornou todo o processo no que foi para mim e para várias pessoas, na intensidade que teve e sempre terá. Forever and always.

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