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Lisboa, eternamente Lisboa


De todos os mundos que eu podia escolher, continuaria a preferir o meu.

O meu mundo tem cor. Tem gente alegre e sorridente. Tem Lisboa.

Porquê Lisboa?

É como se fosse um amor proibido, sabendo que nunca será minha, eu serei eternamente sua.

Por cada canto de colina, pelo cheiro a terra molhada e ao oceano. Esse oceano que beija as faces de quem se senta a admirá-lo. Esse mesmo oceano que nos traz memórias e lágrimas.

Percorrendo a linha da água, pergunto-me quantas pessoas se sentaram a contemplá-la e choraram. Por um amor perdido, por um coração quebrado ou promessas que ficaram por cumprir.

Quantas pessoas ao admirar aquela vista com mil tons de cinzento e azul tomaram consciência dos seus sonhos, quantas sorriram de alegria pela boa notícia daquele dia ou por terem conseguido abrir o peito à esperança.

Do alto das suas torres e muralhas, ergue-se um castelo de história, com lembranças, com uma vida interrompida. Quantos segredos estão soterrados naquelas pedras, quantas flores arrancadas por beijos roubados.

Cada colina conta história. Cada alto. Cada bairro.

Os bairro do fado. Das marchas populares. Dos jardins e miradouros. Os bairros multiculturais e os típicos. Os das mercearias e das lojas populares. Os dos velhos tempos e os novos. Os que guardam esperança e ânimo. E os que querem mudar.

E o Bairro mais alto de todos, que com um brilho no olhar vai mostrando como recebe quem vem de fora, embeleza-se para bom viver. Por não saber outra coisa a não ser viver com cor e com música.

Cada rua tem um som seu, de Lisboa. Os carris do eléctrico, o chilrear dos pássaros, a corridinha dos vários trauseantes apressados para os seus trabalhos, enquanto que sobressai o silêncio dos passos parados dos visitantes.

É impossível não se apaixonar por esta cidade.

E o cheiro?

Aquela mistura indissociável a amor, a sardinha, a mangerico, a verão... Parece que é sempre verão na cidade. Mesmo quando chove. Porquê? Pelo arco-íris que se sente mesmo nos dias de nevoeiro, é quase nostálgico saber que não se vendo na realidade, ele está presente tal como figura prometida.

O sol passeia pela cidade, passando bairro por bairro, beijando-a com o tilintar da campainha. Forrado de metal à sua volta, aquele sol enche-se de gente, de cor, de vida.

E as paisagens?

Como é bonita Lisboa. Seja onde for, para onde a vista alcança, é um amor sem perder de vista.

Por cada colina, das sete... Por cada canto, cada prédio... Ouve-se, sente-se e cheira-se o mar.

Por cada miradouro que visite a paisagem sorri a apresentar-se.

Lisboa pavoneia-se sabendo que é linda. E única.

Uma cidade que conta histórias na calçada.

Como não maravilhar quando olhando para o chão, se vê arte.

Que se ergue de destroços e saudosismo. Uma cidade repleta de palacetes, em que cada pessoa se sente o rei do seu mundo.

Mesmo por debaixo da terra há vida a descobrir. Caminhos que se iluminam para mostrar que a cidade vive.

Sempre viveu.

O Bairro mais alto de todos aprimora-se à noite, mostrando a quem a visita que a cidade não dorme.

A cidade é vida, transmite vida e por isso se torna tão difícil abandoná-la. Lisboa é de um amor só.

Lisboa renasce. Reinventa-se. Está cada dia mais parecida com um dia de Verão por não lhe faltar cor.

Lisboa pinta-se de azul, verde, vermelho, amarelo, branco.

É a cidade do fado e da saudade. Dos azulejos e das sardinhas.

As andorinhas levantam vôo em cada sol que se põe, beijando os seus jardins, com a ilusão de voltar a vê-la a cada amanhecer.

Cada rua conta uma história e é impossível não sentir o calor que a cidade emana, a mistura empolgante de culturas e certezas.

Existem mil mundos no mundo.

Mas nenhum é mais bonito do que Lisboa.

Gratidão por ter crescido no meio de beleza. *

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